Vou escrever, um pouco, sobre minha experiência como “mulher-esponja”, pois vejo essa característica em muitas mulheres que atendo e que, por não saberem canalizar essa característica, adoecem.
Ser uma mulher esponja é, em primeira instância, ter um canal ou campo aberto para processos e energias de fora.
Analisando, superficialmente, pode parecer uma característica ruim, já que ficamos suscetíveis ao que acontece ao nosso redor: as emoções, as dores, as sensações.
Porém, olhando de uma outra perspectiva, essa característica nos traz uma empatia tão visceral, que nos torna um canal de acolhimento, apoio e cura.
Demorou pra eu perceber que era “esponja”.
Desde criança, sempre senti, intensamente, tudo que acontecia ao meu redor, mesmo o que meus olhos não viam.
Lembro da dor física que senti quando, com uns 3 anos de idade, minha mãe contou a história da morte de Jesus. Não foi uma dor só pelo que ele viveu, mas pela minha primeira visão da maldade nos seres humanos.
Segui sendo uma criança sensível aos processos sociais e ambientais, sem ter qualquer referência fora. Tudo era sentido dentro e que me faziam ter uma postura de Ártemis, em busca da justiça.
Mas, obviamente, essa abertura, fazia com que fosse difícil transitar pelo mundo. Principalmente, na adolescência… Nessa época, iniciei meus estudos nos livros de magia com as plantas, onde sentia, de alguma forma, uma canalização de tudo que sentia.
Mais tarde, estudei Biologia, Tecnologias do Meio Ambiente, Naturoterapia… Sempre buscando uma forma de fazer mudanças no mundo e nas injustiças que sentia reverberar no peito, na garganta e nas células do corpo.
Foi essencial, para que não adoecesse, o afastamento da mídia, da televisão, das notícias. Não como uma forma de alienação, mas de sobrevivência.
Em paralelo a esse afastamento, me aproximei, cada vez mais, da terra, das plantas ,das medicinas da floresta, da observação dos ciclos, das sabedorias indígenas e dos povos tradicionais.
Isso tudo foi, aos poucos, me trazendo pro centro e canalizando essa abertura para que eu pudesse ajudar outras pessoas.
Quando atendo alguém, sinto, visceralmente, seus processos, emocionais e físicos, sem que precise manifestá-los no meu corpo. Nessa empatia, conseguimos, juntas, mergulhar em um caminho de cura. Não curo ninguém, mas auxilio nessa abertura do campo do paciente para que ela possa ser autônoma no seu próprio processo de cura.
Colocar a serviço essa “característica de esponja” faz com que meu corpo também vá se fortalecendo e se curando, na medida, que os outros ao meu redor, se fortalecem e se curam também.
Continuo não conseguindo ver notícias, filmes violentos (principalmente, histórias reais – fiquei doente durante um mês, depois de ver “12 anos de escravidão”. E, por isso, cuido do que vejo, leio, escuto. Peço que cheguem, até a mim, os processos em que eu, realmente, possa por a “mão na massa” e fazer a diferença, sejam eles sociais, ambientais ou políticos. Porque uma “mulher-esponja” não consegue ignorar o que chega até a ela, mas se não houver nada que possa fazer, adoece.
Se você é uma esponja como eu, conecte-se com seu servir.
O porquê você veio equipada com essa ferramenta… Use-a com sabedoria!
* Na foto, minha “madrinha-esponja”, Pedra Rosa, com a qual aprendi muito sobre tudo isso que compartilhei aqui.

Published On: 27 setembro, 2021