Útero.
Poesia em forma de órgão.
Um portal que levamos no ventre.
É tanto poder que sinto o útero como o “universo em miniatura”.
E por que ele adoece?
Já falei aqui, no BLOG, sobre as desarmonias nos ovários e que os padrões emocionais das mulheres, com desequilíbrios no útero, eram opostas.
Nesse caso, ao invés de um lado masculino exacerbado, encontramos um feminino em “excesso”.
Como assim?
A natureza feminina é, naturalmente, doadora e cuidadora.
Essas mulheres estão, constantemente, cuidando de tudo e de todos, sem cuidar de si mesmas.
Sabe aquela mulher que é mãe de todos? Que acolhe e cuida da dor dos outros, mas não tem tempo de olhar pra sua? Que se doa mesmo quando está doente, triste, fraca e exausta? Sim, esse é o padrão que mais vejo manifestado como miomas e endometriose. Normalmente, essas hermanas não tem ou não tiveram uma relação muito legal com a figura materna. É como se, por não ter o acolhimento e amorosidade que gostariam da mãe, elas tentassem suprir essa ausência sendo tudo que não receberam. E… Tcharam! O corpo aumenta os hormônios femininos, como se quiséssemos criar uma “segunda mãe” dentro da gente. Dentro disso, acaba rolando uma necessidade da aprovação e acolhimento do outro (pra suprir essa falta materna) parte da explicação do porquê que se doam tanto.
O útero guarda dores profundas. Então, ele adoece também quando há uma perda muito sentida ou traição muito dolorida. Adoece, também, em caso de abusos. Essas más águas (mágoas) viram miomas. As mulheres negras têm 9 vezes mais chances de ter mioma, pelo histórico de abuso de suas antepassadas. Culpas em relação à sexualidade viram endometriose. Projetos não realizados se transformam no nosso útero em “filhos não paridos”, tanto em forma de miomas quanto de endometriose. O mioma lembra a aparência de um feto.
Já atendi muitas mulheres com dons incríveis, mas que não tinham tempo de exercê-los, pois estavam muito ocupadas cuidando dos outros. São mulheres extremamente doces e amorosas, mas que não tem essa docilidade e amorosidade consigo mesmas. E o útero, espaço sagrado onde toda a vida é criada, adoece pra nos lembrar de sermos útero de nós mesmas.
Ps.: Se conhece um mulher assim, dá colo a ela! Cuide dela, também!