Os povos antigos tinham uma conexão profunda com os ciclos da natureza.
Os ciclos lunares de, em média, 28 dias e com fases de 7 dias.
Os ciclos solares com ciclos de 365 dias e fases de 91 dias (estações do ano).
Além da dança dos outros astros…
Nessa pirâmide Chichen Itza, cada um dos seus 4 lados tem 91 degraus, representando as 4 estações do ano, somando 364; mais um degrau da entrada do portal que completa os 365 dias do ano.
A vida de toda a Terra é guiada por esses ciclos.
Com a chegada da luz elétrica, do concreto sobre a terra e com todos os aparatos do mundo artificial, deixamos de observar os ciclos da lua e do sol.
Inverno e verão são usados apenas pra definir as coleções da moda ou o tipo de férias que escolheremos. As fases da lua, então! …Passam mais despercebidas ainda do grande público.
Mas, embora estejamos distraídos desses ciclos, eles continuam nos influenciando fortemente.
Se a gente não percebe como esses ciclos nos influenciam e de que forma devemos vivê-los, nos atormentamos e adoecemos, querendo permanecermos imutáveis, num mundo que não para de girar.
Querendo ser sempre verão, vivendo só a superficialidade da coisas, sem perceber a necessidade do outono, onde a gente desapega de tudo que precisa morrer, deixando as folhas caírem para mergulhar no inverno.
No inverno, aprofundamos nas entranhas do nosso ser, mergulhando na escuridão que nutre as sementes. Em meio a morte e às sombras, a latência de vida que promete emergir e florescer na primavera.
Dessa semente nutrida profundamente no inverno, após o descascar do outono, surge a vibrante primavera. Mágica e exuberante! Mas ela jamais existiria sem o desapego e a morte.
De tanto emergir em flor, uma hora, a vida explode em vida, fertilidade, fruto, luz e cor. E só aí vivemos a plenitude do verão.
Como se já não bastasse vivermos 4 fases tão fortes durante o ano, a gente vive tudo isso em miniatura a cada 28 dias, com as fases da lua. Assim, aperfeiçoamos essa dança, aprendendo que existe o momento de recolhimento mesmo no verão, e a expansão mesmo no inverno.
Tão precioso esse nosso carrossel, nesse parquinho que é Pachamama!
Não se distraia!