Mergulhe fundo até às suas raízes.
Se nutra das águas lodosas desse mergulho.
Nesse mangue, encontre toda a múltipla biodiversidade que você é.
Entre silêncios, eloquentes e borbulhas de vida, perceba que há muito mais do que o que é visível.
Permita-se perceber-se lama que nutre, água que transmuta, raiz que relembra.
Entre tempestades que remexem o fundo e o sol que serena, encontre você, além das circunstâncias.
Nenhum caminho é mais importante que outro.
Nenhuma história é mais bonita que outra.
O lodo é tão fascinante quanto às flores que, dele, brotam.
O mangue é tão paradisíaco quanto o mar azul, onde ele desemboca.
Nutra-se de todas as cores que a palheta da vida te permite, dos dias cinzas, dos alaranjados céus das auroras, das noites escuras da alma, da mata verde que cura, dos rios lamacentos e seus tons ocres, da calmaria dos céus azuis.
Não se apegue há nenhum tom, pois a vida precisa dessa infinidade de cores pra pintar a mais bela obra de arte.
Mergulhe fundo nas suas raízes e pinte, com suas cores únicas, a sua.