Hoje foi dia de alquimizar água florida de lavanda e, ainda, estou sendo invadida por sua medicina.
Nessas horas de quase “miração alquímica”, gosto de escrever sobre as percepções latentes.
A lavanda é conhecida, principalmente, por seu efeito calmante e anestésico. Num primeiro momento, essa potência pode se apresentar como uma força maternal e acolhedora. Quase vejo a “Dona Lavanda” como uma mãe, acolhendo o filho no colo, tranquilizando o choro até ele dormir. Mas, logo, essa figura maternal é colocada em cheque. A pungência do aroma da lavanda, às vezes, toma uma força quase masculina e meio ríspida.
Muitas vezes, me senti confusa com essas “duas caras” que a lavanda apresenta.
Sua cor violeta ajuda a desvendar esse enigma: as flores dessa cor, normalmente, trazem a força da mudança e da transmutação. Chama violeta!
Quando fico em dúvida quanto à “personalidade” (medicina) da planta, olho como ela trabalha.
Na ginecologia natural, a lavanda é usada pra tratar cólicas (como chá ou emplastro) e em vaporizações para preparar o útero para a maternidade (numa sequência de tratamento com outras ervas, anteriormente). Nesses dois casos, vejo a face maternal da lavanda.
Mas ela também é usada pra tratar a candidíase: como banho de assento ou como ingrediente de óvulos vaginais. A candidíase traz aspectos emocionais de não se sentir reconhecida e valorizada (principalmente pelo/pela parceira sexual).
Aí vejo o aspecto mais “agressivo” da lavanda. Mais ou menos como aquela amiga que, normalmente, te acolhe, mas quando precisa te dizer que você “tá numa roubada” e que precisa se valorizar, não vai se omitir.
Portanto, a maravilhosa lavanda é como essa grande amiga verdadeira. Essa que sabe abraçar, acalmar, acolher, limpar as lágrimas, mas também ser dura e nos dar os chacoalhões necessários. Sabe ser calmaria e força. E ela é tão perfeita que sabe o momento certo de mostrar cada uma de suas faces.