Dia 20 de janeiro é o Dia da Consciência Indígena.
Uma data pouco conhecida e que passa em branco (literalmente) para a maioria de nós, assim como nossa memória sobre os povos originários dessas terras.
521 anos após a invasão do Brasil, ainda temos uma mente colonialista, onde não reconhecemos os verdadeiros guardiões dessas terras. Sabemos falar idiomas estrangeiros, mas não conhecemos os idiomas da nossa terra mãe. Reconhecemos, como nossa língua, o idioma do invasor.
521 anos de desmatamento, invasão de áreas protegidas, trabalho escravo, extração ilegal de madeira, atividade mineratória, perda da biodiversidade, conflitos fundiários, violência e assassinatos no campo.
521 anos em que são impostos, aos povos originários, religiões castradoras, culturas sintéticas, alimentos e costumes tóxicos, e doenças.
Uma árvore sem raiz não fica de pé.
Já é hora de começar a se desculpar pelo o que nossos tataravôs fizeram.
Não se invade a casa de alguém sem pedir licença, sem respeitar seus costumes, sem ouvir suas histórias, colocando-nos, humildemente, como hóspedes.
Devemos-lhe gratidão e respeito por nos deixarem sermos acolhidos por esse mesmo céu de Pindorama.
Fico, extremamente, impressionada de ver que, apesar de todo o trabalho do Saberes da Mãe Terra ser em honra a esses saberes ligados à Terra, dos quais os verdadeiros guardiões são os povos originários, toda vez que posto uma foto de alguma indígena, o alcance é, infinitamente, menor… Fico pensando em como o preconceito está inserido até mesmo onde a gente menos imagina. Nossa mente é ainda, extremamente, colonialista sem que percebamos.
Honremos nossos povos originários.
Rezemos por todo o sangue indígena derramado nessas terras que pisamos.
Conheçamos mais sobre o que eles tem a nos ensinar.
Coloquemo-nos no nosso lugar de escuta.
Só assim, honrando nossa terra mãe e seus guardiões, poderemos ficar de pé.
Parte dessa grande nação Pachamama, onde as divisões geográficas são apenas viagens egocêntricas do invasor.
(Na foto, Ayani Huni Kuin ~ pelos olhos de Thâmily Massari)