Há, mais ou menos, 7 anos, não se usava, aqui, no Brasil o termo “plantar a lua”.
Os coletores menstruais estavam chegando por aqui e, ainda, eram pouco conhecidos. Bio-absorventes, uma raridade. Devolver o sangue menstrual à terra, algo que poucas mulheres haviam re-lembrado.
Um dia, conversando com uma mulher, que era super consciente ecologicamente, sobre o problema ecológico dos absorventes descartáveis e vendo que ela nunca tinha parado para pensar nisso, muito menos na nutrição à terra, que seria devolver seu sangue menstrual cheio de nutrientes, me veio muito claro… Precisava criar algum movimento para as mulheres lembrarem disso!
Foi, assim, que surgiu o Movimento Plante sua Lua, junto com minha hermana Noélle Bonacin e outras mulheres que também me apoiaram nesse rezo. Comecei a viajar o país falando sobre a importância de plantar a lua e sobre os ciclos femininos. Para a maioria das mulheres, esses saberes, tão ancestrais, eram recebidos com total surpresa e como novidade. Lembro de perguntar, nas vivências, quantas mulheres plantavam a lua e uma ou duas levantavam a mão. Eu dizia que meu sonho era que, um dia, todas as mulheres da sala levantassem a mão.
No início do ano passado em 2017, comecei a perceber que isso havia se tornado realidade em todas as vivências. Acontecia de uma ou no máximo duas mulheres não levantarem a mão e senti que parte do dever tinha sido cumprido e era hora de avançar.
Foi quando decidi parar de fazer as vivências do Movimento Plante sua Lua e partir pra algo mais profundo: a Capacitação em Ginecologia Natural e Florais da Lua. Decidi dar minha última oficina do Movimento Plante sua Lua em Garopaba… Minha hermana Morena da Danza Medicina participou do encontro e, no dia seguinte, com pastel e cerveja na praia, veio com uma linda ideia: fazer um Dia Mundial do Plante sua Lua.
Me tirou da minha zona de conforto, pedindo para, na mesma noite, fazermos uma live em redes sociais, anunciando a ideia. Milhares de mulheres saíram em praça pública para plantarem suas luas, e nesse ano de 2018, no dia 5 de agosto, sairemos novamente.
As mulheres estão despertando e nossa, tão querida, Mãe Terra está recebendo toda nossa gratidão por sermos nutridas com seu amor manisfestado em sua natureza tão abundante. Plantar a lua, entre tantos significados, é também muita gratidão por ser quem somos, por ser mulher, por parir, por amar, por ser selvagem, por amamentar, por ser filha, neta e mãe. Assim, honramos nossas ancestrais em um encontro em si mesma da menina a anciã.
Plantamos nossa lua porque somos nutrição e abundância viva em forma de mulher, temos um coração que transborda amor e nos faz agir através da cura.
Devolvemos nossa lua à Terra para que o mundo seja bom e melhor.
Por todas as nossas relações.
-Anna Sazanoff