Dentro de uma única semente, mora uma floresta inteira.
De um olho d’agua, brotam as águas infinitas de um rio, que se deságua em milhares de outros rios e se transformam na imensidão do mar.
Do amor em forma de planta, se multiplicam frutos, grãos, folhas, flores, raízes, infinitamente.
Pisamos em pó de estrelas, restos dos nossos ancestrais, cristais, diamantes, fogo líquido.
Giramos, no colo gentil da grande mãe amorosa, sob um cobertor de estrelas. E, nessa dança, giramos junto com infinitas estrelas e galáxias, num carrossel sem fim, como crianças amorosamente mimadas.
De quebra, ainda, assistimos os espetáculos do sol e da lua nascendo e morrendo todos os dias, a infinitude de cores do céu, da terra, das matas, das águas, o cheiro das flores, o carinho do vento, o calor do sol, o sabor dos frutos.
Os povos originários sempre se expressaram através dessa observação do todo que somos. Por isso, a importância urgente de honrá-los, ouví-los e respeitá-los. A agressão a esses povos é, obviamente, a tentativa de apagar essa memória que nos remete a abundância infinita que somos. E que não há o que temer ou subjugar.
As sociedades matriarcais ou matrifocais se baseavam no amor a Mãe Terra. A observação e respeito dos seus ciclos, a certeza da abundância infinita. Da cooperação ao invés da competição, do amor ao invés do medo. Por isso, o ataque a tudo que é feminino também está baseado em nos esquecermos da nossa infinita abundância, fertilidade e autossuficiência.
Somos sementes. Olho d’agua. Mar. Floresta. Cristais. Poeira das estrelas. O sonho de nossos antepassados. Galáxias. Originários. Femininos.
Somos Cooperação. Mãe Terra. Amor.
Que nenhuma distração nos deixe esquecer.
Aha Metakiase.